quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PARA OS QUE NÃO GOSTAM DE POESIA, EIS A PRIMEIRA CRÔNICA


Para os que não gostam de poesia, eis a primeira crônica

Hoje, logo que voltava do trabalho, vinha pensando. Como sempre faço e tenho a impressão que toda a pessoa tem este momento de reflexão. Ah! Para quem não sabe, escrevo poemas há algum tempo, isto sempre foi o bastante para mim e, ao final das contas, ainda é.
Nesta caminhada, do trabalho até em casa, lembrei-me duma conversa que tive com outro poeta, este é alguns vinte anos mais experiente que eu na poesia. Na ocasião ele me disse que o melhor, para ter os poemas divulgados, com mais facilidade na sociedade, era começar a escrever crônicas, segundo ele, são mais populares. Hoje, comecei a pensar sobre o que escreveria, afinal, para um poeta que escreve texto em versos, não seria tão difícil aplicar algo em prosa.
Só o que eu não havia ainda entendido, refiro-me a conversa com o poeta meu amigo, qual seria o porquê de poesias não serem tão populares na sociedade atual. Recordei de épocas, que estudei na escola em que a literatura no Brasil era exclusivamente poesia. Talvez seja o fato de, naquela época, não haver tantas músicas letradas como há hoje, se bem que as músicas atuais, as da moda, não são lá aquelas coisas. Sem comentar o fato de que é necessário revirar algumas horas, se não dias na internet para achar algo descente, algo que não seja meloso demais ou material explícito de sexo (será que é só isso que se passa na cabeça das pessoas, romance e sexo?). Por outro lado, a porcentagem de alfabetizados era absolutamente menor que a de hoje, o que faz com que o número de leitores de poesia daquela época, não seja tão diferente do número de leitores de poesia atualmente.
O fato de ter meus poemas divulgados por causa de crônicas, sei bem que é um tanto estranho, mas é melhor que esperar que eu morra para perceberem, então, que os poemas “daquele maluquinho”(eu!) tinham alguma coisa de boa.
Para os que não gostam de poesia, peço-lhes, por favor, escolham algum poeta famoso. Tenho certeza que quem vocês escolherem já morreu. Que poeta deva escolher? Não interessa, o interessante é que dediquem meia hora a uma única poesia, entendam como algo que aconteceu com vocês, ou até mesmo, encarem como um alerta, apenas riam, mas saciem-se com as palavras.
Já aviso de antemão, a poesia é feita para pensar. A reflexão não lhe é dada de mão beijada, como fiz neste texto, que pobremente estou chamando de crônica.
Pensar! É essa a idéia mais importante dentro de um poema. Para o poeta é um desabafo. Para o leitor? Sinceramente, quando leio uma poesia boa, pelo menos que eu considere boa, parece que ela foi feita para mim, como se quem a escreveu me conhecesse a um longo tempo.
Se estiverem lendo esta crônica para achar algo interessante ao final, como quando se está curioso pelo final do livro e vai direto a última página, então vamos lá: das coisas que a poesia me ensinou, uma se destaca, a melhor coisa dentro de qualquer coisa, e isto também vale para a vida (afinal a poesia como a crônica é reflexo da vida) é o que aprendemos antes do ponto final e o que levamos até o próximo parágrafo inicial.

Bernardo Rodrigues da Silva